Irei contar aqui um pouco sobre a viagem a Paris e achei super justo começar pela visita ao Louvre! Vou misturar aqui foto de celular, de câmera fotográfica… Tudo está valendo!

Iniciarei falando sobre o que estava vestindo, que na verdade era algo bem simples, pois o intuito era estar confortável e adequada para andar quilômetros pelos corredores do museu, que é GIGANTESCO. Estava com uma legging dessas que imita couro, da Renner e uma bota de spikes da Santa Lolla (que apesar de ter uma pequena plataforma embutida, como um sneaker de salto, é super gostosa)! A bolsa é Olook.

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Precisava estar usando algo leve o suficiente para não derreter dentro do museu e quente o suficiente para o friozinho persistente de Paris, mesmo com o início da primavera. Ressuscitei uma camisa xadrez da Renner que já tinha faz tempo e vesti por cima a parka verde militar Le Lapin (já havia aparecido com ela neste post aqui). Na rua, não estava  extremamente frio, mas também não dava para dar bobeira, pois quanto mais tarde ficava, mais a temperatura caia. Então, coloquei no pescoço um cachecol dupla face, de paetês pretos e moletom cinza mescla. Ele foi o responsável por me manter quentinha pelo resto do dia (na minha opinião, esquentar a área do pescoço é fundamental nestes casos).

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A fachada do Louvre é belíssima (para variar, como tudo em Paris). O palácio foi usado como residência real até a transferência da mesma para Versalhes (onde também estive e irei mostrar aqui). A pirâmide é uma contrução mais recente (óbvio!) e os parisienses torceram o nariz para ela no começo, pois achavam muito futurista para o local. Caso típico, pois – acreditem! – a mesma objeção foi feita para a instalação da Torre Eiffel. Imagina só se vetassem? Hehehe!

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(Louvre lindo e eu na frente – estragando o panorama – hehehe!)

O motivo de eu aparecer com este café na mão é que estava tomando ele para valer e não queria jogar fora antes de terminar. Tem um Starbucks em Paris a cada esquina (se duvidar, até mais do que metrô!) e embaixo dessa área aberta, chamada de Place du Carrousel, há uma espécie shopping, o Carrousel du Louvre. Lá, além de Starbucks, você encontra trocentas cafeterias e lojas modernas, que vendem artigos de marcas conhecidas, só que mais relacionados com o público de um museu (enfeites, souvenirs elaborados, livros, roupas e etc). A pirâmide invertida do Código da Vinci fica lá também!

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Aí já estou dentro da pirâmide principal (a que você viu na foto anterior), que é a porta de entrada oficial para o museu. Se eu quisesse conhecê-lo de verdade, com calma, teria que dedicar praticamente 3 dias inteiros à tarefa. Não rolou! Hehehe! Em meio dia você consegue ver as principais atrações do museu. E dessa vez eu quis ver exatamente as mesmas coisas que havia visto da primeira vez que fui a Paris. E não me arrependo nem um pouco!

Se a fila estiver homérica, procure as entradas alternativas para o museu. Dá para entrar diretamente pelo shopping que eu citei, o Carrousel do Louvre (acessado pelo endereço 99, Rue de Rivoli), mas a melhor pedida é entrar pela discreta Porte des Lions, que os turistas desconhecem. Não se preocupe em passar por dentro da pirâmide na entrada, pois possível fazê-lo na saída. Aliás, na hora de sair, você escolhe se quer deixar o recinto pela pirâmide ou pelo shopping.

Quando estiver rodopiando por entre as milhares de salas, a melhor dica que posso dar é “não esqueça de olhar para cima”. A maioria dos tetos são totalmente trabalhados (herança da época em que era palácio real) e são tão luxuosos e ostensivos que você nem vai acreditar no que seus olhos captam!

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Também vale a pena dar uma olhadinha na paisagem, sempre que uma janela aparecer, principalmente quando o Rio Sena estiver no campo de visão. É tão lindo lá fora quanto dentro do museu!

Bom… se não estiver com tempo de sobra (a gente nunca está), vá direto ao ponto. Procure logo as atrações mais importantes!

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Não deixe de ver aala das esculturas gregas, etruscas e romanas. Lá está a famosa Vênus de Milo, considerada a mais bela das estátuas gregas! Nem preciso falar nada sobre a ala dos pintores renascentistas, né? É muita coisa linda além da Monalisa (que, particularmente, não é minha obra preferida de Leonardo). Ah, falando em essencial, tem que passar para ver a ala egípcia. A impressão que dá é que Napoleão roubou o Egito inteiro e colocou no Louvre, hehehe!

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Quase caí para trás quando vi as fotos do desfile de Inverno 2014 da Blue Man, no Fashion Rio. A coleção veio lotada de referências históricas, que remetem ao Brasil Império. Foi um verdadeiro show de estampas luxuosas, com influência do barroco e neoclássico, tudo isso unido aos elementos tropicais de nossa terra. É para babar pouco?

O azulejo português foi trabalhado em várias peças. Não ficou riquíssimo e de extremo bom gosto?

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O melhor são as ilustrações do Rio de Janeiro no século XIX, inseridas em forma de painéis emoldurados. Quanto realismo!

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Quem decora estes mosaicos? D. Pedro I e D. Leopoldina. É muita realeza!

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As estampas espelhadas, tão em alta, se adequaram com maestria à temática. Até o uniforme do Imperador recebeu seu merecido destaque!

Confesso, não sou muito ligada a marcas de beachwear. Porém, hoje em dia, as criações estão tão elaboradas que estrapolam os ambientes praia e piscina. Muitas delas são perfeitas para se usar na rua ou até em algum evento especial (o que é o caso de várias dessas acima)!

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Na última sexta (dia 31 de agosto) fui ao Projac, participar de um encontro com Beth Filipeck, figurinista da novela Lado a Lado e sua equipe. Vocês não tem idéia de como me emocionei com este convite da Globo! Sou completamente apaixonada por história e… a novela se passa no início do século XX, em plena Belle Époque! Já sabia que iria desfalecer ao ver todas aquelas roupas de época, mas não sabia que iria ficar tão surpresa ao descobrir como são feitas. E isso é o que vou contar para vocês…

Pela suntuosidade dos trajes de uma produção épica, logo passa pela nossa cabeça o quanto deve custar caro tudo isso. Mas Beth Filipeck, com seus mais de 30 anos de experiência, irá utilizar somente 1% do orçamento total da novela para a produção do figurino… É milagre? Sim! Se você é daquelas que acha que repetir roupa e reaproveitar peças antigas não está com nada, talvez precise rever seus conceitos, pois é exatamente o que a Globo fará nesta obra! E o resultado está longe de ser simples ou modesto…

Para cada personagem são criadas algumas bases, com a silhueta de época, lisas, sem detalhe algum. Como numa colagem, os elementos decorativos (golas, faixas, sobressaias, capas, boleros) são sobrepostos, formando um figurino diferente a cada combinação. Literalmente, os trajes são contruídos, em várias camadas!

Uma mesma gola pode ser usada com diversas bases (ou mesmo com outras golas com texturas ou tonalidades diferentes) e por aí vai… Ou seja: é tudo truque! Pura sobreposição! Economia e uso inteligente é o que há!

Mas da onde eles tiram tanta matéria prima? Oras, da própria Globo! Onde mais haveria tanto material arquivado, a não ser no próprio acervo de figurinos da emissora? Está tudo separado por décadas e séculos, gente… tive a oportunidade de conhecer e é descomunal, vocês não fazem idéia… são paredes e paredes de chapéus divididos por cores, centenas de gavetas só com luvas… ai ai ai!

(Precisava de um acervo desses aqui em casa, hehehe!)

O vestido abaixo, por exemplo, é um patchwork de rendas do acervo da própria Beth! Dá para acreditar que isso não é uma coisa única, mas sim é a união de diversos retalhos? Uma verdadeira obra de arte!

Uma boa renda custa caro, não se joga fora assim sem mais nem menos… se reaproveita! Aprendi que, naquela época, onde tudo era comprado no exterior, um pedaço de renda vestia gerações de uma família, inclusive as mais abastadas! Hoje em dia temos uma excelente produção de moda nacional mas, mesmo assim, devemos aprender a reciclar nossas roupas. Se até a Globo o faz, o que estamos esperando?

Quanto à concepção dos figurinos, para os protagonistas são criadas peças especiais. Cada um tem seu próprio “painel de estilo”, baseado no que precisa transmitir através das vestimentas. É definido um elemente fixo, marcante, presente em todos os figurinos do personagem, além de uma palheta de cores única (em Pantone). As peças são tingidas cuidadosamente por uma equipe da Escola de Belas Artes, para que o resultado seja um visual de pintura impressionista.

Missão cumprida com mérito! Olha só esse chapéu?

Porém, há restrições quando ao uso de algumas tonalidades: o salmão “pula” na tela e o amarelinho não é bem vindo. Creio que isso ocorra devido ao uso de filtros nas cenas. Em Lado a Lado será utilizada a cor magenta (além do efeito “fog”, enevoado)… e, como qualquer filtro colorido, isto pode interferir na percepção de outros tons.

(Se também achou “a cara” do figurino do Titanic, não é a toa. As duas produções estão bem próximas cronologicamente)

Apesar de interpretar uma vilã, Patrícia Pillar usa roupas suaves. Seria óbvio caracterizá-la com um visual sombrio, mas o domínio dramático da atriz já dá conta das nuances de maldade de Constância Assunção. Sua palheta é lotada de tons pastel em harmonia, com muitas flores, rendas e bordados, além de transparência. (É tipo uma versão 20 milhões de vezes mais fina da nossa primavera, hehe!)

Marjorie Estiano, no papel de Laura Assunção, é uma mocinha “rebelde”, com pensamentos evoluídos. Suas vestimentas também estão à frente de seu tempo, dando índices de modernidade. Há a inserção de elementos masculinos, como cintos, coletes e gravatinhas e também tonalidades escuras, costumeiramente não utilizadas pelas jovens do período. No chapéu mostrado acima, existe uma nítida inspiração em Chanel, ícone do feminismo. O interessante é que Chanel só abriu sua primeira loja em 1910 (o que mostra o quanto essa referência é mais simbólica do que realista, propositalmente)!

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